Fui um dia ao cantinho da leitura,
Dar a conhecer mais um tesouro.
Receberam-me com amor e doçura,
Naquele dia, precioso como ouro.
Falei do que li e me encantou,
Naquele livro de forma singela.
Algo que ao ler me fascinou,
Tal como um pintor pela sua tela.
Era uma história com pássaros,
Que o pequeno livro guardava.
Esquecidos… pobres pássaros,
Deles, já ninguém se lembrava.
Confinados naquele espaço,
O céu em cada folha pintado.
Viviam presos no embaraço,
À espera do futuro desejado.
E, de esperar tanto se cansaram,
E resolveram a situação alterar.
Em demanda o pardal mandaram,
Boas novas e outras coisas procurar.
E no regresso ao seu pequeno lugar
De onde o pardalito um dia partiu
Chegou com notícias de espantar
Com as mudanças que então viu
No céu já pouco voavam,
Os pássaros de outrora.
As pessoas já não reparavam,
No sol ao nascer da aurora.
Sem tempo para contemplar,
As coisas belas da natureza.
Com tantas coisas a mudar…
Um mundo de betão com certeza.
Mas, o final desta história
Guarda uma grande verdade.
Coisas que ficam na memória
E perduram por toda a eternidade.
Os livros são cofres valiosos,
Que se constroem com palavras.
As palavras, ícones generosos,
Que se semeiam como as lavras.
E, como quem lê semeia,
O gosto pelo saber…
O saber só premeia,
Quem se dedica a ler.
Foi uma sessão interessante,
Na qual participei com alegria.
Gostei de todo e cada instante,
Ou não fosse a leitura magia…
Jorge Almeida