Aqui é o ponto de encontro de todos os que gostam de ler, de falar de livros, de ilustrar as passagens preferidas, de partilhar leituras…
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Neste espaço, podemos partilhar com os outros as nossas opiniões sobre livros/textos que apreciamos, leituras que adoramos e, também, conhecer novos livros interessantes. Leste um livro interessante? Então, fala-nos um pouco dele. Vem até aqui, ao nosso PONTO de ENCONTRO, um espaço que gostaríamos que fosse verdadeiramente NOSSO, de toda a Comunidade Educativa.
“Ler é sonhar pela mão de outrem.” Fernando Pessoa
publicado por Cidália Loureiro e Lídia Valadares | Sexta-feira, 22 Junho , 2012, 10:31

Numa aula de Português, analisámos alguns poemas completamente diferentes dos habituais. Falámos de poesia visual, poesia concreta, caligramas, Apollinaire, Alexandre O’Neil… Achámos esta matéria muito interessante, singular, fizemos algumas pesquisas e desenvolvemos alguns trabalhos nesta área, que gostaríamos de partilhar consigo, caro leitor.

 

Poesia Visual

A poesia visual pretende ser um tipo de poesia em que o texto, as imagens e os símbolos estão distribuídos de tal modo que o elemento visual assume a principal função organizacional da obra. Não depende da existência de símbolos de escrita para sua caracterização como poesia, contudo não os exclui.

 Foi uma tentativa de romper com a ditadura da forma discursiva do poema, de vencer o domínio da gramática ou mesmo superar a construção prosista. A sua produção revela a consciência de que escrever é também imprimir um desenho no papel. A figura desempenha um papel influente sobre o texto, pois a leitura desenrola-se ao mesmo tempo que os olhos recebem o estímulo informativo do desenho, que pode confirmar, ampliar, desviar ou contradizer a mensagem. É muitas vezes confundida com a poesia concreta, pelo carácter imaginário desta.

           O poema visual mais antigo que se conhece é “O Ovo” de Simias de Rodes.

 

 

 

 

Poesia concreta

A poesia concreta é um tipo de poesia inovadora, de carácter experimental, basicamente visual, que procura estruturar o texto poético escrito a partir do espaço do seu suporte.

 

Ana Pinto, Fábio Almeida, Henrique Mendes, Juliana Esteves, Liliana Ferreira e Rui Cardoso, 8º2

 

Sobre Divertimento com sinais gráficos  - Alexandre O’Neill

A meu ver, estes sinais gráficos, que me parecem ser pontos de exclamação, representam pessoas. Pessoas que têm um ponto de partida e um destino traçado. Umas caminham sozinhas, outras, em grupo, cada uma ao seu ritmo, em busca de algo de bom na vida.

Para mim, este poema representa, essencialmente, a vida.

Henrique Mendes, 8º2

 

Na minha opinião, este poema visual expressa o sentimento de liberdade, visto que os pontos de exclamação estão todos inclinados e na mesma direção, parece que estão a voar com o objetivo de alcançar algo, uma meta.

Maria Manuel, 8º2


Quando olho para este poema, vejo imediatamente o meu grupo de jograis.
Logo à primeira vista, observo a maneira como nos agrupamos e o número de pessoas que formam este conjunto. Cada ponto parece-me o nosso guião. Isto é o mais evidente...

Mas, olhando mais profundamente, vejo e cheiro união, e é uma união forte, que existe no poema e no grupo dos jograis.

 

Rui Cardoso, 8º2


Visto por mim, estes sinais gráficos representam uma borboleta que está a voar em liberdade, sem um rumo certo, provavelmente porque necessita de se sentir livre e de procurar alguma companhia. Talvez este poema queira transmitir isso mesmo - liberdade.

Maria João, 8º2

Estes sinais gráficos sugerem-me um grupo de gaivotas voando pelo céu, apenas numa direção, com um caminho definido. Vejo preocupação, não percebo bem porquê, talvez por me dar a ideia que estão a fugir. Também me dá a sensação de que há um comandante, ou seja, o ponto de exclamação que vai à frente dos outros.

 

Catarina Rebelo, 8º 2

 

Sobre o poema Opressão de Alexandre O’Neill

 

 


Neste poema, Alexandre O´Neill retrata o regime que vigorava no tempo em que ele vivia. Como todos sabemos, na ditadura Salazarista não havia liberdade de expressão, por isso, na minha opinião este poema denuncia essa opressão, transmite-nos as ideias contra o regime. A mancha gráfica deste poema faz-me lembrar um funil, que significa que essas ideias eram passadas de “boca em boca”, secretamente. O fundo do funil sugere que essas pessoas morrem, porém, ninguém corta a raiz ao pensamento, ou seja, as ideias já tinham sido disseminadas, provocando uma revolução popular contra o regime, que acabou por ser eficaz.

Henrique Mendes, 8º2

 

Neste poema consigo perceber que a palavra opressão cada vez se oprime mais, até que chega a um ponto que começa a libertar-se, a soltar-se. É o que acontece, muitas vezes, quando chegamos a um limite: temos obrigatoriamente de nos libertar, para que possamos viver em felicidade.

Maria Manuel, 8º 2

Caligramas

Caligrama é um tipo de poema visual, surgido no início do século XX, que se expressa através de uma original disposição gráfica do texto escrito, formando uma espécie de pictograma e representando um símbolo, objeto real ou figura, que é a própria imagem principal do poema. Não se sabe ao certo quem teria sido o criador do caligrama, mas acredita-se que tenha sido o poeta Guillaume Apollinaire, o primeiro a usar a palavra “calligramme”, em 1918, numa época em que procurava alcançar uma forma cubista de representação do texto.

 


 

 

 

Alexandra, Ana Lopes, Ana Rui, Delfim, Cláudia, Maria João e Rafaela, 8º2

 

 

E mais uma vez constatamos que as artes se vão entrelaçando, indissociáveis na sua função. Ora desenhando com letras, ora escrevendo com imagens, em admiráveis  cumplicidades artísticas, surgem obras de arte de rara beleza, capazes de provocar uma pluralidade de leituras.


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