Há já algum tempo que ouvimos, com alguma constância, falar de “bullying”. Esta palavra, sem uma tradução correta para a nossa língua pátria, refere-se a todo o tipo de comportamento agressivo que ocorre sem uma razão aparente, com o objetivo de intimidar, troçar ou agredir outro indivíduo e perpassa a sociedade, afetando em especial as escolas.
Na realidade, é constante vermos e ouvirmos notícias sobre o “bullying”. Diz-se que nas escolas há, cada vez mais, situações de violência: agressões físicas e psicológicas, como o insulto, a provocação ou a marginalização e a xenofobia, sendo, tudo isto, uma realidade com maior risco num contexto de maiores pressões económicas e sociais. Assim, quantas crianças e adolescentes não são insultadas, agredidas ou excluídas pelos seus pares? E quantos professores não são atormentados por alunos que desafiam a sua autoridade com manifesto desrespeito pela sua autoridade e pela aprendizagem (a sua e a dos outros)?
Esta violência é exercida como uma demonstração de poder, tanto por rapazes como por raparigas, ainda que eles e elas apresentem alguns comportamentos distintos. Os rapazes usam a provocação repetida e a agressão física e psicológica. As raparigas tendem a recorrer a formas mais dissimuladas: lançam rumores, agridem verbalmente e manipulam. Portanto, troçar, ridicularizar, chamar nomes, dizer mentiras, espalhar boatos, fazer comentários e gestos ordinários, excluir das atividades de grupo intencionalmente, atormentar, empurrar, puxar, bater, beliscar, ofender referindo a cor da pele ou as diferenças culturais, utilizar tecnologias de informação e comunicação (Internet ou telemóvel) para hostilizar, deliberada e repetidamente, uma pessoa, com o intuito de a magoar são manifestações de “bullying” e de “Cyberbullying”, com óbvios prejuízos para o processo normal de crescimento de agressores e vitimas.
Para a vítima, o “bullying” é terrível. Alguém que seja constantemente ridicularizado, agredido ou excluído sente-se mal. Por vezes nem compreende o porquê daquela violência. E sofre. A sua segurança e a sua autoestima sofrem danos, com risco de escolhas perigosas, como o absentismo escolar, a experimentação de drogas e atos delinquentes (Tal como o agressor!). No limite, podem ocorrer transtornos psicológicos, depressões profundas e tentativas de suicídio. Há até quem se torne agressor, quem passe de vítima a agressor ou seja simultaneamente as duas coisas.
Por tudo isto, o “bullying” não é uma questão de menor importância, não é um mero ato de indisciplina, não «faz parte» das brincadeiras e das zangas da infância e da adolescência. E, as comunidades educativas (diretores, professores, pais e encarregados de educação, psicólogos, assistentes operacionais, alunos...) devem estar atentas aos sinais de alerta, unindo-se na busca de alternativas e solução do problema, pois os estabelecimentos de ensino não se podem transformar em ambientes nocivos e deixarem de lado o seu papel formador e educativo. Felizmente, na nossa escola ainda há apoio e verdadeiras amizades. As pequenas discórdias, quando existem, resolvem-se chamando à razão os intervenientes, quer na escola quer na família, cumprindo-se os regulamentos. E sentimo-nos bem nesta escola! Por isso, dizemos bem alto: «Na nossa escola, “bullying” não o queremos! Obrigado!».
António Medeiros, 7.º2
Diana Scerban, 8º1