Da autoria de Scott Westerfeld, da editora Vogais & Companhia e da colecção “Uglies”, a acção do livro “Imperfeitos” ocorre num futuro não tão distante quanto isso, onde existem dois mundos totalmente diferentes. Um desses mundos é o mundo Perfeito, onde não há pobreza, nem guerras, nem fome e onde os jovens, quando completam os 16 anos, se tornam belos, perfeitos, contudo idênticos, pois as transformações adequam-se a determinados padrões. No outro mundo, chamado “Fumo”, vivem os imperfeitos, que não concordam com as mudanças físicas das pessoas, aceitando-se tal como são.
Tally vive no mundo perfeito, tem apenas 15 anos e o seu maior sonho é ter uma aparência de supermodelo… Conhece Shay e tornam-se grandes amigas, apesar das diferenças entre elas. Shay não concorda com a mudança aos 16 anos, apesar de Tally estar sempre a insistir que vai ser fantástico.
Quando falta uma semana para se tornarem perfeitas, Shay confessa a Tally, em absoluto segredo, que irá fugir para o “Fumo”.
No dia em que iria ocorrer a transformação de Tally, as Operações Especiais informam-na que, enquanto não revelar onde se encontra a amiga, não poderá tornar-se perfeita.
É então obrigada a fazer a pior escolha possível: encontrar a amiga e traí-la ou perder para sempre a possibilidade de se tornar perfeita. Que decisão irá ela tomar?...
Esta parte foi a mais emocionante para mim, pois tem a ver com a vida real, criou eco em mim… Quantas vezes, na nossa vida, temos de tomar decisões difíceis, dolorosas, que nos obrigam a optar entre duas coisas, duas pessoas, duas situações muito estimadas, com muito valor para nós?... Contudo, temos de escolher!
Este livro também nos faz reflectir sobre a influência que a sociedade exerce em nós, estipulando os modelos de perfeição, de beleza, de elegância que nós vamos seguindo ora de uma forma mais rigorosa, ora de uma maneira mais ligeira. Faz-nos pensar se não somos um pouco escravos desses modelos… Mais uma vez, temos oportunidade de optar: procurar seguir cegamente esses modelos ou não. E não será a sociedade castigadora para com os “imperfeitos”? A cada passo, somos obrigados a parar para reflectir.
É um livro extraordinário onde nós vamos reconhecendo pedacinhos da nossa vida e, também, muito interessante, pois a imaginação é imensa.
Encontrei este livro entre centenas deles e foi o título que me suscitou interesse. “Imperfeitos, mas que título mais original!”-pensei eu. Nem perdi tempo, li a sinopse, fiquei fascinada e adquiri-o de imediato. Leiam-no também!
Catarina Ferreira Rebelo, 8º 2