publicado por Cidália Loureiro e Lídia Valadares | Segunda-feira, 06 Dezembro , 2010, 21:21
Às vezes bem precisamos de um pouco de magia para cobrir algumas coisas (situações) que nos afastam da felicidade ou pelo menos de parte dela.
Esta magia pode não ser aquela por que suspiramos vezes sem conta, aquela que com um simples estalar de dedos muda coisas, cria outras, enfim, magia de poder agradar aos nossos desejos ou sentimentos porque infelizmente (ou não) essa não é uma característica da condição humana e como tal não se pode recorrer a ela.
Esta magia, aquela que depende de nós, aquela que querendo a podemos tomar e fazer acontecer tem a ver com a nossa vontade, com a forma como queremos que as coisas sejam e, mesmo não podendo transformá-las na sua totalidade, tal como queremos, só o gesto, só a vontade em assumir a vontade e depois a tentativa ou tentativas para a pôr em prática (a vontade) pode ser uma pequena magia.
Convém lembrar que aqui o instrumento fundamental para a magia é a vontade, caso contrário, ela (magia) acabará por nunca acontecer. Quantos de nós já não presenciámos momentos verdadeiramente mágicos? Quantos de nós já não fomos mágicos? A vida tem diversas formas de magia e em nós mágicos, assim saibamos vê-la e praticá-la.
Uma dessas formas de magia que a vida nos proporciona é através da escrita/leitura, onde circulam sem atropelos por “estradas” verdadeiramente seguras, transformadas em linhas as palavras, contendo em cada parágrafo, frase ou linha magia pura e feita a pensar no bem de quem as lê.
A história que aqui trago de forma rápida é a do António. Uma criança normal, igual a tantas outras. Queria ser tudo, fazia de tudo, enfim uma criança feliz, até ao dia em que lhe é diagnosticada uma doença, a diabetes. Teve alguma dificuldade em aceitá-la, aliás como toda a família, mas, aos poucos e após muita explicação lá foi a todo o custo “encaixando-a” na sua vida. Pois, que remédio…
Após algum tempo de lamentações e quase pronto a abandonar a tristeza, foi voltando à sua vida, aquilo que fazia, agora, com algumas regras, mas sempre acompanhado pelo seu fiel amigo, o seu cão Flecha.
Certo dia na escola, em plena sala de aula entra pela janela um pássaro e vai pousar no seu caderno e nele desenha um círculo azul clarinho. António perguntou ao pássaro, porque este para além de desenhar também falava, que significado tinha aquele círculo. Então, o pássaro disse-lhe que sempre que visse aquele círculo, imaginasse que milhões de pessoas se juntavam num círculo imenso para ajudar pessoas como ele, pois era precisamente isso o que aquele círculo queria dizer.
Após a retirada do pássaro, António começou a receber alguns colegas com o mesmo círculo desenhado no caderno e foi então que percebeu que na sua escola não era o único com a doença. A partir dessa altura, António foi tendo novos amigos e o círculo da amizade não parou de crescer.
Aos poucos, António foi integrando a “anormalidade” na sua normal vida, mas agora já com muitos amigos que tal como ele viviam felizes sem se deixarem “intimidar” pela doença.
Esta história de José Jorge Letria vem provar a teoria atrás descrita, ou seja, que a magia está ao nosso alcance e que basta querer que ela acontece.
Para quem não acredita, aconselho vivamente a leitura desta história, porque ela é sem dúvida mágica e útil na forma como nos pode tornar mágicos.
Jorge Almeida