Há já alguns anos, tenho por hábito adquirir jornais e revistas que oferecem ou vendem, por um preço simbólico, livros que são verdadeiros tesouros da cultura e do conhecimento universais. Aconteceu com colecções do jornal Público ou da Revista Visão, só para citar duas publicações.
Ora, é um destes livros - entre outros que vou lendo em simultâneo -, adquirido por apenas 1 euro, que ando agora a ler: "O Físico", de Noah Gordon.
Na Inglaterra do Séc. XI, os progenitores de uma pobre família, numerosa, morrem subitamente deixando os filhos ao cuidado de vizinhos e de um sindicato de carpinteiros – profissão exercida pelo pai - que se encarregam de tomar conta deles. O filho mais velho, porém, é 'adoptado' por um barbeiro-cirurgião ambulante que, entre outras coisas, lhe transmite o gosto pelas artes do espectáculo de rua e para tratar dos enfermos, ou pelo menos levá-los a acreditar nisso, fazendo-os adquirir o Específico Universal – um ‘milagroso’ elixir que tudo cura. É durante uma dessas 'consultas' que o jovem Rob Cole descobre o dom que lhe permite, pegando unicamente nas mãos dos pacientes, saber se estes ainda possuem vitalidade ou se, pelo contrário, já se encontram moribundos.
Acreditando tratar-se de um predestinado, após a morte do seu protector – o barbeiro – Rob decide tornar-se médico e, para isso enceta uma demorada e perigosa viagem para oriente com o intuito de estudar na famigerada escola do igualmente célebre Avicena.
Trata-se de uma história pungente, de grande sensibilidade, que nos faz viajar por uma Europa do séc. XI, supersticiosa e muito preconceituosa, mas também por países do médio oriente, nomeadamente a antiga Pérsia. E igualmente uma aula de história da Idade Média e de cultura das religiões e das civilizações mundiais.
C. G.