Aqui é o ponto de encontro de todos os que gostam de ler, de falar de livros, de ilustrar as passagens preferidas, de partilhar leituras…
Vamos conversar?
Neste espaço, podemos partilhar com os outros as nossas opiniões sobre livros/textos que apreciamos, leituras que adoramos e, também, conhecer novos livros interessantes. Leste um livro interessante? Então, fala-nos um pouco dele. Vem até aqui, ao nosso PONTO de ENCONTRO, um espaço que gostaríamos que fosse verdadeiramente NOSSO, de toda a Comunidade Educativa.
“Ler é sonhar pela mão de outrem.” Fernando Pessoa
publicado por Cidália Loureiro e Lídia Valadares | Domingo, 25 Abril , 2010, 00:01

 

Quadras soltas

 

E um dia da coragem se fez Abril,

De um Abril, Abril de verdade.

Pôs-se fim a um trono severo e senil,

Instalou-se em Portugal a liberdade.

 

Caiu derrubada pela coragem,

Os ditadores por ela se renderam.

Trouxeram os capitães a viragem,

A Portugal novos caminhos ofereceram.

 

Escrever, falar, questionar, votar,

Conceitos aceites na nova era.

Nova vida, uma outra forma de pensar,

Símbolos da revolução, nova primavera.

 

Fim do medo e da implacável censura,

Novos horizontes, um novo começar.

Livres da deposta ditadura,

Novamente livres para sonhar.

 

Livres se tornaram os pensamentos,

Como livre a vontade de os manter.

Vida sem medo, sem encobrimentos,

Liberdade para imaginar, actuar, fazer.

 

Revolução dos cravos, da diferença,

Pelos bravos capitães concretizada.

Revolução da renovada esperança,

Abril, um abrir da porta fechada.

 

E um dia da coragem se fez Abril,

De um Abril, Abril de verdade.

Pôs-se fim a um trono severo e senil,

Instalou-se em Portugal a liberdade.

 

                                      Jorge Almeida


publicado por Cidália Loureiro e Lídia Valadares | Sábado, 24 Abril , 2010, 15:09

Fui um dia ao cantinho da leitura,

Dar a conhecer mais um tesouro.

Receberam-me com amor e doçura,

Naquele dia, precioso como ouro.

 

Falei do que li e me encantou,

Naquele livro de forma singela.

Algo que ao ler me fascinou,

Tal como um pintor pela sua tela.

 

Era uma história com pássaros,

Que o pequeno livro guardava.

Esquecidos… pobres pássaros,

Deles, já ninguém se lembrava.

 

Confinados naquele espaço,

O céu em cada folha pintado.

Viviam presos no embaraço,

À espera do futuro desejado.

 

E, de esperar tanto se cansaram,

E resolveram a situação alterar.

Em demanda o pardal mandaram,

Boas novas e outras coisas procurar.

 

E no regresso ao seu pequeno lugar

De onde o pardalito um dia partiu

Chegou com notícias de espantar

Com as mudanças que então viu

No céu já pouco voavam,

Os pássaros de outrora.

As pessoas já não reparavam,

No sol ao nascer da aurora.

 

Sem tempo para contemplar,

As coisas belas da natureza.

Com tantas coisas a mudar…

Um mundo de betão com certeza.

 

Mas, o final desta história

Guarda uma grande verdade.

Coisas que ficam na memória

E perduram por toda a eternidade.

 

Os livros são cofres valiosos,

Que se constroem com palavras.

As palavras, ícones generosos,

Que se semeiam como as lavras.

 

E, como quem lê semeia,

O gosto pelo saber…

O saber só premeia,

Quem se dedica a ler.

 

Foi uma sessão interessante,

Na qual participei com alegria.

Gostei de todo e cada instante,

Ou não fosse a leitura magia…

 

 

Jorge Almeida


publicado por Cidália Loureiro e Lídia Valadares | Quinta-feira, 22 Abril , 2010, 15:57

        

      Calder e Petra são dois alunos do 6º ano da Escola da Universidade de Chicago. A sua amizade surge devido à grande admiração de ambos pela sua professora, a Sra. Hussey, que dá aulas de uma maneira fora do comum. Num dia, a meio de uma discussão sobre a melhor maneira de comunicar, os dois amigos vêem-se envolvidos numa misteriosa busca do quadro roubado de Vermeer.

     É o resumo de um livro que, apesar de ser muito estranho, adorei. Todo ele é mistério e códigos e, só no final, é que se percebe tudo. Nunca li um livro igual. «O Código da Vinci contado aos mais novos» - é o que dizem. Quanto a mim, é simplesmente “O Mistério do Quadro Desaparecido”! Não consigo compará-lo com outro livro.

     A história circula à volta do pentaminó, uma ferramenta matemática constituída por doze peças, cada uma feita de cinco quadrados e com nomes de letras do alfabeto. A maneira como o livro “utiliza” estes pentaminós leva-me a pensar que nada surge por acaso.

     Uma coisa curiosa que acontece é que o narrador, não participante, começa por contar os sentimentos das personagens. É muito interessante, pois faz com que o autor se auto-relacione com elas.

     “O Mistério do Quadro Desaparecido” é um livro mágico que mudou a minha maneira de pensar, tendo sido um dos que mais me marcou.

Experimentem lê-lo!

  

Ana Inês Moura Gomes  8º1


publicado por Cidália Loureiro e Lídia Valadares | Segunda-feira, 19 Abril , 2010, 21:17

     Esta é uma das histórias que se encontra no livro “Vem aí o Zé das Moscas e outras histórias”, de António Torrado. É uma história muito interessante onde é utilizada uma linguagem engraçada. A personagem principal é Dom Pimpão Saramacotão, um nobre senhor que vivia repimpado no seu castelo. Era dono de muitas terras, tinha muito “dinheirame” arrecadado, mas nenhuns amigos. O fidalgo julgava-se muito nobre e sábio e não queria falar como toda a gente. Então utilizava uns termos muito enfatuados, como diz António Torrado, uma “língua de papelão” que ninguém compreendia.

     Um dia, apareceu no castelo um jovem que queria trabalhar para ele. Este aprendeu rapidamente a língua de Dom Pimpão Saramacotão, sim, porque ele tinha a sua própria língua… Em determinada altura, todos os trabalhadores, já cansados dos disparates do amo, decidiram ir-se embora. A lavadeira, Pimpona Saramacotona, a cozinheira, Pimpas Saramacotincas, o cocheiro, Pimpal Saramacotal, todos partiram em busca de nova vida. Só ficou o criado Pimpim Saramacotim. Dom Pimpão Saracatomão estava tão interessado em ver a evolução de Pimpim que nem deu pela falta dos outros trabalhadores.

     Certo dia, o castelo ardeu, mas Dom Pimpão e o seu criado sobreviveram. Pimpim tentou avisar o amo do início do incêndio, mas o fidalgo não compreendeu a sua linguagem, de tal forma ele tinha evoluído…

 

Raquel Choça, 5º2

Ana Alexandra Ribeiro, 5º2

Gonçalo Vieira, 5º2

Rui Pedro Santos, 5º2


publicado por Cidália Loureiro e Lídia Valadares | Sábado, 17 Abril , 2010, 00:17

 

Há já alguns anos, tenho por hábito adquirir jornais e revistas que oferecem ou vendem, por um preço simbólico, livros que são verdadeiros tesouros da cultura e do conhecimento universais. Aconteceu com colecções do jornal Público ou da Revista Visão, só para citar duas publicações.

Ora, é um destes livros - entre outros que vou lendo em simultâneo -, adquirido por apenas 1 euro, que ando agora a ler: "O Físico", de Noah Gordon.

Na Inglaterra do Séc. XI, os progenitores de uma pobre família, numerosa, morrem subitamente deixando os filhos ao cuidado de vizinhos e de um sindicato de carpinteiros – profissão exercida pelo pai - que se encarregam de tomar conta deles. O filho mais velho, porém, é 'adoptado' por um barbeiro-cirurgião ambulante que, entre outras coisas, lhe transmite o gosto pelas artes do espectáculo de rua e para tratar dos enfermos, ou pelo menos levá-los a acreditar nisso, fazendo-os adquirir o Específico Universal – um ‘milagroso’ elixir que tudo cura. É durante uma dessas 'consultas' que o jovem Rob Cole descobre o dom que lhe permite, pegando unicamente nas mãos dos pacientes, saber se estes ainda possuem vitalidade ou se, pelo contrário, já se encontram moribundos.

Acreditando tratar-se de um predestinado, após a morte do seu protector – o barbeiro – Rob decide tornar-se médico e, para isso enceta uma demorada e perigosa viagem para oriente com o intuito de estudar na famigerada escola do igualmente célebre Avicena.

Trata-se de uma história pungente, de grande sensibilidade, que nos faz viajar por uma Europa do séc. XI, supersticiosa e muito preconceituosa, mas também por países do médio oriente, nomeadamente a antiga Pérsia. E igualmente uma aula de história da Idade Média e de cultura das religiões e das civilizações mundiais.

 

                                                                                                                                  C. G.


publicado por Cidália Loureiro e Lídia Valadares | Quinta-feira, 15 Abril , 2010, 20:12

 

Sei de um blogue que fala de leitura,
Histórias e outras coisas de encantar.
Fala da magia das letras com ternura,
Cultiva o gosto pelo saber a brincar…
 
Fala de livros, tesouros muito valiosos,
E os livros contam as suas histórias…
As histórias, momentos grandiosos,
Transformados em boas memórias.
 
Ajuda e incentiva a ler e a descobrir,
Novas coisas, diferentes lugares.
Ensina a viajar sem nunca partir,
Por terra, pelo céu ou pelos mares.
 
Sei de um blogue feito com afeição,
Com letrinhas de vários feitios e cores.
É um blogue, bálsamo para a imaginação,
Dá a conhecer as obras e seus autores.
 
É um cantinho muito especial,
Ponto de encontro de quem lê…
Encontramo-nos no local habitual,
http://dialogostextuais.blogs.sapo.pt.
 
 
                                   Jorge Almeida
 


publicado por Cidália Loureiro e Lídia Valadares | Sexta-feira, 09 Abril , 2010, 00:13

 

     É um livro fascinante, bem ao jeito de Mia Couto, inventor e artífice de palavras, explorador de sonhos, autor de uma escrita criativa, dono de um estilo muito próprio, que dá ao texto um sabor fantástico. “O Gato e o Escuro” atesta a originalidade e o poder criativo deste autor e delicia-nos com a sua maneira singular de contar histórias. Este conto, normalmente orientado para um público infanto-juvenil (eu diria para todas as idades), fala-nos de um gato amarelo, às malhas e às pintas, o Pintalgato, que, um dia, ficou completamente preto, pagando, assim, o preço da desobediência. Ora, Mia Couto conta-nos essa “trespassagem” de uma forma fantástica, ou não fosse o onírico, o sonho, uma constante na obra miacoutiana. Leia-se, a este propósito, um livro excelente sobre a obra deste autor, intitulado “O Fantástico nos contos de Mia Couto”, de António Martins, Papiro Editora, que nos proporciona um profundo e saboroso conhecimento deste autor moçambicano. Mas, como dizia, esse gatinho adorava passear na “linha onde o dia faz fronteira com a noite”. Embora sua mãe, receosa, lhe dissesse que nunca atravessasse para o lado de lá, “além do pôr de algum Sol” (repare-se na beleza desta metáfora que simboliza o desconhecido, o perigo), ele fingia obediência, mas a tentação era grande… “Namoriscando o proibido, seus olhos pirilampiscavam”. Achei esta expressão transcrita fabulosa, pela ponte que estabelece com as nossas vivências e pelo potencial semântico que os verbos encerram. Quem não se sente atraído por namorar o interdito? Quem não sofre as consequências de cair nas teias da desobediência? E atentem na carga expressiva e capacidade fotográfica do vocábulo “pirilampiscavam”. A sensação visual é poderosa, única!

 

     O gatinho foi ganhando mais confiança e coragem e, um dia, não resistindo à atracção, passou para o lado de lá, “onde a noite se enrosca a dormir”. Quando “ousou despersianar os olhos” (notem como esta expressão empobrece o sentido da sinónima “abrir os olhos”) e viu que tudo era preto, inclusive ele, desatou a chorar, aflito e amargurado. Depois de um encantador diálogo entre o gatinho e o escuro, que mais parecia um desfile de queixas sobre as suas sortes e condições, apareceu a mãe do gatinho. O escuro lamentou-se que era feio e que todos os meninos tinham medo dele. A Dona Gata consolou-o, argumentando que os meninos não sabiam que “o escuro só existe é dentro de nós”. “Dentro de cada um há o seu escuro. E nesse escuro só mora quem lá inventamos.” “Não é você que mete medo. Somos nós que enchemos o escuro com nossos medos” – diz a gata ao escuro. Este diálogo encantador, construído de uma forma aparentemente singela, ilusoriamente pueril, mas incontestavelmente soberba, conduz-nos a um inevitável exercício de introspecção. Este momento magnífico tem o condão de nos fazer dialogar com as nossas vivências, de nos fazer reflectir e ler o mundo!

     Continuem a ler o conto e deliciem-se com a beleza das personificações, a excelência das metáforas, a criatividade dos neologismos, a singularidade da escrita e a arte que está presente ao longo de todo o texto…

 

Lídia Valadares


publicado por Cidália Loureiro e Lídia Valadares | Terça-feira, 06 Abril , 2010, 00:32

 

Este livro conta-nos oito histórias tradicionais com mensagens universais. São histórias lindíssimas vindas de diversos cantos do mundo e que trazem até nós raposas azuis, orelhas de coiote, patas de canguru, pelicanos e caranguejos, macacos e tubarões… e nos estimulam o gosto de ler e o desejo de escrever. Quanto às ilustrações, são fabulosas!

 “A raposa azul” despertou na Juliana a curiosidade de desvendar os segredos deste livro e o prazer de escrever um breve comentário.

 

Lídia Valadares

 

 

 

Eu gostei da história “A raposa azul”, pois ensina-nos a não ser mentirosos ou falsos. Devemos ser como somos, sinceros e verdadeiros.

 A raposa tentou ser mais do que os outros, fingiu ser o que não era, mas apanharam a sua mentira. E, claro, sofreu as consequências. Há um provérbio que diz o seguinte: “Apanha-se mais depressa um mentiroso do que um coxo!” E é verdade.

Eu não gosto nada de mentiras. Sabem porquê? Porque as pessoas não confiam em mentirosos.

 

Juliana Esteves, 6º 1 


publicado por Cidália Loureiro e Lídia Valadares | Sábado, 03 Abril , 2010, 23:06

 

 

          


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“O prazer de ler e de escrever não é um acto solitário, é uma forma de entrar em relação com o outro, de partilhar uma paixão.” Cláudia Freitas, Leituras Cruzadas
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