QUE SER É ESTE?
Hoje é Dia da Mulher
Da mulher emancipada
Dona de si, nesta caminhada,
Da mulher subjugada
Que não é dona de nada
A não ser do trabalho na sua casa,
Da mulher-mãe-esposa-cidadã,
Que enfrenta o dia-a-dia
Com uma garra de campeã,
Que trabalha horas a fio
E quando já tarde chega ao seu lar,
Ainda tem força para recomeçar
Uma nova etapa, novo desafio.
Sobra-lhe tempo para amar, sorrir,
Ouvir os outros e descobrir
As suas dores, os seus anseios.
Quantas estrelas no seu olhar…
Quanta magia na sua voz…
E dos seus braços frágeis
Brota a força para abraçar
Os filhos, o homem e governar
O leme de sua casa.
E as maravilhas que faz do nada
Quando a vida, madrasta, com pouco a fada?
Quantas vezes nos bastidores,
Sábia, mas discreta na actuação
Dá brilho a grandes actores?
Afinal, que ser é este
Que na sua fragilidade
Tem o condão
De albergar a família no seu regaço
E governar a casa com a sua mão?
Na sua pequenez, note-se bem,
Nunca poderá governar o mundo
Mas esse é feito de famílias e casas…
Que insensatez!
Lídia Valadares