LIÇÕES DE UM PRINCIPEZINHO
“O Principezinho” é uma obra em que a sociedade adulta é constantemente criticada quer pelo narrador, quer pelo Principezinho e até pela raposa, devido ao seu egocentrismo, à falta de lealdade e à perda daquela ingenuidade de criança, daquela vontade de brincar e da alegria perante as coisas novas.
Na minha opinião, é um livro que nos delicia, é de uma leitura leve e considero que uma leitura colectiva seja a mais indicada para uma melhor compreensão do livro e uma reflexão das críticas nele feitas.
No início, o narrador fala-nos sobre partes da sua vida enquanto criança, como, por exemplo, aquela em que o seu desenho de uma jibóia aberta e fechada a comer um elefante foi confundido com o desenho de um simples chapéu. Aí, os adultos, sem se aperceberem, destruíram um sonho a um pequeno humano. Tal levou-o a desistir da sua vida artística e a dedicar-se aos estudos.
Mais tarde, torna-se aviador e é quando ocorre uma avaria no avião, que o deixa no meio do deserto do Sahara, que a sua vida muda. Ele encontra um rapaz vindo de um asteróide que lhe conta a sua viagem até à Terra. Conta-lhe sobre os planetas em que passou e as personagens que lá encontrou. Cada uma representa um defeito da sociedade actual: o rei evidencia a ambição pelo poder, o vaidoso revela o egocentrismo, o bêbedo, esse penso que seja a cobardia, o homem de negócios espelha o desejo desmedido de ter/possuir e o geógrafo revela uma concentração única no seu trabalho, ignorando tudo o que o rodeia. Gostaria, também, de manifestar a minha opinião sobre o acendedor de candeeiros, pois, na minha perspectiva, é o único onde não vejo defeitos e que apresenta valores, como o trabalho e o esforço.
Após a passagem por diversos planetas, o Principezinho visita a Terra onde encontra uma personagem muito singular: a raposa com quem estabelece um diálogo muito interessante. Considero que a coisa mais importante neste livro é a tal frase célebre dita pela raposa: “O essencial é invisível para os olhos.”. Esta frase é deveras complexa para ser explicada, mas para mim significa que só se vê bem com o coração. E mesmo desconhecendo esta frase, eu já conhecia o seu significado há mais de 3 anos, desde que na minha vida entrou uma pessoa única e importantíssima, uma amiga que jamais irá sair do meu coração. Esta pequena frase, com um grande significado, proferida pela raposa, faz o Principezinho ver que a sua flor é única no mundo, mesmo sendo parecida com as restantes.
Gostei igualmente da parte final, em que o Principezinho partiu. Essa parte deu-me uma grande lição: a partir daqui não vejo as partidas como um “bicho-de-sete-cabeças”, encaro-as como uma partida, mas com esperança de uma possível chegada.
Ana Rita Gouveia, 8º 1