Hoje não venho falar de livros. Não da forma que costumo, não dos livros que conhecemos como tal. Hoje venho falar de um outro livro. Um livro feito de carne e osso, um livro com cabeça, tronco e membros. Um livro que carrega no seu peito um coraçãozinho de ouro. Que tem um rosto, uns olhos doces e transporta na essência do seu ser uma gentileza singela. É feito de ternura, este meu livro. Cresce todos os dias alimentado pelo amor, desenvolve-se por entre a delicadeza e a inocência e, um dia, este meu livro será certamente a minha maior “criação”.
Este meu livro tem muitos nomes, mas apenas um o define tal como é. Este meu livro é o meu filho.
Talvez estranhem este meu desabado, esta minha confidência. Talvez pensem porquê…
Pois bem. Achei que devia prestar uma pequena homenagem ao meu homenzinho, porque na minha vida, até ao fim, ele será a minha maior obra e, por tal facto, achei interessante dedicar-lhe, para além do meu afecto incondicional, algo que o faça lembrar como é importante na vida dos seus pais.
Esta vida é cheia de surpresas. Perdemos tanto tempo com coisas que nos fazem esquecer por vezes o que é mais importante, daí que hoje resolvi dedicar a minha escrita ao que é deveras importante, mais importante, o meu menino. Hoje não podemos adiar ou não devemos adiar o que sentimos, porque amanhã pode já ser tarde…
Assim, resolvi fazer um poema ao meu filho, que passo a escrever:
O meu tesouro
Tenho no mundo o maior tesouro,
Feito de infinitas preciosidades…
Carrega no peito um coração de ouro,
Tem este meu tesouro muitas qualidades.
É ainda pequeno este meu bem,
Mas cresce todos os dias um bocadinho.
Nasceu pequeno do ventre da sua mãe,
E aos poucos vai ficando crescidinho.
O meu tesouro não é feito de tostões…
Nem de ouro, prata ou diamantes,
É feito de gente, repleto de amor e sensações.
Tenho ao meu cuidado o seu trilho,
Para que cresça com valor e solidez,
Este meu tesouro que é o meu filho.
Jorge Almeida