Aqui é o ponto de encontro de todos os que gostam de ler, de falar de livros, de ilustrar as passagens preferidas, de partilhar leituras…
Vamos conversar?
Neste espaço, podemos partilhar com os outros as nossas opiniões sobre livros/textos que apreciamos, leituras que adoramos e, também, conhecer novos livros interessantes. Leste um livro interessante? Então, fala-nos um pouco dele. Vem até aqui, ao nosso PONTO de ENCONTRO, um espaço que gostaríamos que fosse verdadeiramente NOSSO, de toda a Comunidade Educativa.
“Ler é sonhar pela mão de outrem.” Fernando Pessoa
publicado por Cidália Loureiro e Lídia Valadares | Domingo, 07 Novembro , 2010, 22:23

 

Podia muito bem ser o título de uma prece de um qualquer devoto ou simplesmente uma coisa iluminada, da qual pudesse brotar toda a luz para cobrir a escuridão ou ainda, de onde pudesse sair uma luz capaz de encandear a miséria que mina toda e qualquer forma de vida, escarnecida pela obstinada inépcia dos inadaptados providentes. É certo que há por aí “estrelas” cuja luz não chega para se iluminarem a si mesmas, quanto mais aos outros… mesmo assim, varrem tudo, tudo mesmo, porque não suportam a ideia de serem meras coisas de cor escura ou pior ainda, de já não serem nada, muito menos estrelas. Podia adiantar mais coisas sobre essas “estrelas”, mas, a estrela causadora desta crónica é outra e com pontos de interesse (para quem gosta da leitura e dos livros) bem mais importantes do que estas, que não sendo as fazem ser, mas, pelas piores razões. Esta estrela tem luz própria e o seu brilho natural não se apaga nem esmorece aos pés da escuridão, antes pelo contrário, elimina-a e torna claro os caminhos de quem de noite precisa de seguir caminho. Esta estrela é-nos apresentada pelo seu autor, Vergílio Ferreira, como “a estrela mais gira do céu, muito viva…”. Por ser tão bela, vai estimular na personagem principal desta história, Pedro, a tentação de a tirar lá do céu e levá-la para casa. Se depressa o pensou, mais depressa o fez. Dirigiu-se à igreja, subiu à torre e ainda mais acima à bola de ferro que existia na torre e já empoleirado num galo com os quatro pontos cardeais e “… enroscando as pernas no varão, tinha agora os braços livres…”. Agarrou a estrela e trouxe-a para casa. Convém dizer que no “lugar da estrela ficou um buraco escuro”, mas, Pedro radiante com a estrela não deu por isso. No dia seguinte, mal acordou, olhou para a estrela, mas desta saía apenas uma pequena luz, estaria doente? Perdera a luz? Perguntas para as quais encontrou as respostas à noite, quando ela voltou a brilhar como antes… Porém, o seu segredo foi descoberto, primeiro pela mãe, depois por um velho, muito velho que embora não soubesse quem tinha ´”roubado” a estrela, sabia apenas que no céu faltava alguma coisa, faltava uma luzinha que brilhava mais do que as outras. Com o alerta do “roubo” da estrela, gera-se na aldeia uma grande confusão, até que descoberta a estrela e o autor do “roubo”, impunha-se a reposição da mesma ao seu lugar. Quem vai? A resposta veio da boca do pai de Pedro, que se foi ele que a tirou, havia de ser ele a colocá-la no sítio. Assim, do mesmo modo que a tirou, Pedro voltou a devolvê-la ao céu, ao seu lugar. O fim desta história não nos reserva um final feliz do ponto de vista concreto, pois a personagem principal morre ao cair da torre quando descia. Porém, do ponto de vista da interpretação, a existência deixa de ser terrena, corporal para passar a ser espiritual, pois quero crer que Pedro se transformou naquela estrela que brilha no céu, pois ela (estrela) “ainda lá está, toda a gente a conhece”. Esta é a minha interpretação, o meu final feliz para esta história.

Jorge Almeida


Lídia Valadares a 7 de Novembro de 2010 às 23:11
Estimado colega,

São "estrelas" como estas que guiam as nossas leituras, nos fazem reflectir sobre o que lemos, sobre o pedaço de nós e da vida que encontramos nas histórias dos livros. Quantas vezes nos identificamos com esta ou aquela personagem, passagem, situação? A interpretação resulta sempre do diálogo que nós estabelecemos com o texto, através das nossas vivências, e é isso que torna a leitura uma aventura fantástica.
Obrigada, por nos ter trazido esta "estrela" que tanto brilho deu ao nosso "Ponto de Encontro"!
Companheiros de leituras, daqui para a frente, poderemos, de vez em quando, procurar "estrelinhas" especiais no céu...
Até breve.
Com estima,
Lídia Valadares e Cidália Loureiro

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