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“Ler é sonhar pela mão de outrem.” Fernando Pessoa
publicado por Cidália Loureiro e Lídia Valadares | Domingo, 24 Outubro , 2010, 00:11

     Li este livro e fiquei seduzida pela mensagem que nos transmite e pelo jeito ilusoriamente simples de lidar com as palavras, seleccionando-as, acomodando-as em frases transbordantes de beleza.

     É um livro que nos faz reflectir sobre as relações familiares, o impacto que elas podem ter nas crianças, o papel da escola, a importância da comunicação, o poder das palavras… Conta-nos a história de uma menina que morava com seus pais num grande prédio nos arredores de uma cidade. Não tinha irmãos e os seus pais estavam sempre ocupados a berrar um com o outro. Por sorte, tinha o avô. Os seus pais, nas fotografias do casamento, “tinham um brilho extraordinário nos olhos, como se uma fada tivesse deitado lá dentro lantejoulas.”. Depois, este brilho desapareceu… A menina estranhava. “Os sonhos são bolhas. De repente explodem e não fica nada. Com o nada também a luz se afasta.” – explicava o avô. As contínuas discussões dos pais eram formadas por “palavras-térmitas”, “palavras-aranhas”, palavras-escorpiões”… As palavras do avô eram muito diferentes. Não eram “palavras-pedrada-na-cara”. Em vez de fecharem as portas, abriam-nas. Eram “palavras-chave” e “palavras-manta”, “palavras-tépidas”, que aconchegam. As “palavras-lixo” deixavam-na indiferente como uma pedra no meio do deserto. As palavras da escola eram “palavras-confusão”, pois não respondiam a nenhuma das perguntas que enchiam a sua cabeça.

     Quando o avô não estava, a menina sentia-se só. Ouvia a linguagem das coisas, mas não a das pessoas. Com as coisas, ela comunicava, falava sem abrir a boca, mas com as pessoas isso não era possível. A menina tinha a sensação de que ninguém gostava dela, sentia-se um nada de que todos queriam ver-se livres. E, um dia, saiu de casa e desapareceu…

     O que lhe teria acontecido? Como teriam reagido os pais? Quem seria Tobias? E o Anjo?

     Leia este livro e descubra as respostas.

     Às vezes, é preciso perder as coisas, para perceber a sua importância…

 

Lídia Valadares


Jorge Almeida a 25 de Outubro de 2010 às 12:58
Amiga colega:

Este comentário não carece da mais comentários. não pelo facto de falta, antes, pela extraodinária escrita e consequentemente pela brilhante conclusão que faz da história.
Decididamente vou comprar, pedir emprestado "roubar" se for preciso para ler esta história que pelo comentário feito por V. Ex deve ser fantástica.
gostei muito da mensagem.
com amizade

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